sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Os dias

Existem dias em que o fim parece nada mais do que um mero vislumbre, a terapia do choque que é a vida, essa a tal que vem depois. Acordas, sentes. Deitas-te sem sentir. Acordas mais uma vez na esperança de ter aquela boa sensação a percorrer o teu corpo quando te apercebes de que o teu coração já lá não está (lá aonde? será que alguma vez tiveste um coração?), que já não podes sentir. Existem dias em que o fim está a três passos de ti. Perdido não sabes para onde ir e estagnas (naquele ponto ingrato em que ninguém gosta de estar), tudo pelo simples medo de dar um passo em falso e cair no abismo que tu desconheces. É nesses dias que procuras pela grande força, pela enorme esperança, pela gigante fé. É nesses dias que debitas tudo o que tens no incerto. Arriscas. Ou perdes ou ganhas. Sufocas num aperto e esse mesmo aperto faz-te sufocar. É um ciclo imparável, indestrutível, inabalável até chega a ser, atenta nisto, ciclónico.


São nesses dias que chego a desejar levar pontapés enquanto um outro alguém chora pela dor que sinto. (não é suposto alguém perceber)



'You could have nothing but youll still have me'